A insegurança em relação ao cenário econômico brasileiro tem
provocado apreensão nos empresários na hora de tomar decisões quanto ao rumo do
seu negócio. Considera-se que o segmento de alimentação fora do lar é um dos
menos impactados pelas incertezas do momento.
No entanto, levantamento da Associação Brasileira de Bares e
Restaurantes (Abrasel) mostra que um a cada cinco empresários avalia dar fim ao
negócio ou repassar o ponto nos próximos meses. E o motivo da decisão em 84%
dos casos é o prejuízo acumulado pela empresa diante do aumento de custos e
queda no faturamento.
Para sobreviver nesse período de dificuldades, 47% dos
empresários do setor afirmaram que pretendem implementar novos serviços em
2016, como mostra uma recente pesquisa do Sebrae-SP sobre o setor.
Tendo em vista a recessão econômica, se alimentar fora de
casa está saindo cada vez mais caro para os brasileiros. De acordo com o ultimo
IPCA-15, divulgado pelo IBGE e considerando uma prévia pela inflação, esta
prática ficou em média 0,93% mais caro em maio. Mas como se trata de um setor
indispensável para a população, a opção do delivery se torna um diferencial, já
que oferece praticidade e economia, sendo bem mais barato e seguro do que ter
de sair para comer fora de casa.
Seja por comodidade, falta de tempo ou qualquer outro
motivo, o setor de delivery e “to go” – quando o consumidor compra um alimento
e o consome em outro local, como é o caso do drive thru – encerrou 2015 com
faturamento de R$ 9 bilhões, um crescimento de 12,5%. Segundo dados da Associação
Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).
Para 2016, há previsões de crescimento de 7,7%, segundo o
Instituto de Foodservice Brasil (IFB). No ano anterior, o segmento apresentou
alta de vendas da ordem de 6,2%. A projeção do mercado para a inflação deste
ano, medida pelo IPCA, está na casa de 7,23%. Neste momento, rever os processos
da empresa, observando pontos de melhorias e analisando formas de redução de
custo, pode ajudar a melhorar as contas no final do mês. Aprimorar a forma de
fazer não quer dizer diminuir a qualidade do seu serviço.
O setor de alimentação fora do lar representa atualmente
2,4% do PIB brasileiro. Além disso, o hábito de alimentação fora de casa é cada
vez mais crescente e corresponde a 28% dos gastos dos brasileiros com alimentos.
Estabelecimentos do ramo de alimentação podem investir no
sistema Delivery, uma vez que muitos clientes optam pela entrega em domicílio.
Comum para lanchonetes e pizzarias, a alternativa vem ganhando espaço no ramo
de refeições mais elaboradas. Também existem negócios focados somente no Delivery, sem portas abertas para a rua.
Empreendedorismo é a forma de agir quanto à percepção das
oportunidades. Os que conseguem usar das dificuldades, maneiras para inovar e
criar novas alternativas, estarão sempre à frente no mercado. Assim acontece
atualmente com o segmento gastronômico no Brasil. De acordo com dados do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cada vez mais as
pessoas optam por comer em suas casas, a sair para bares e restaurantes.
O que deveria ser um motivo de preocupação para o segmento,
para os mais atentos, torna-se uma valiosa oportunidade de negócio. A partir do
cenário desfavorável, empresários do setor aproveitam para incrementar novos
projetos e nichos mercadológicos, reinventando conceitos e adaptando às novas
demandas.
Dados do setor
O que faz com que você pegue o telefone, acesse internet,
baixe um aplicativo e peça comida para ser entregue em casa? Seja por
comodidade, falta de tempo ou qualquer outro motivo, o setor de delivery e “to
go” – quando o consumidor compra um alimento e o consome em outro local, como é
o caso do drive thru – encerrou 2015 com faturamento de R$ 9 bilhões. E, mesmo
com a crise, conseguiu a proeza de contabilizar R$ 1 bilhão a mais do que no ano
anterior, segundo dados da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes
(Abrasel). Um crescimento de 12,5%. O segmento responde por 6% do mercado de
alimentação fora do lar.
Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito
(SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) sobre o
consumo virtual indica que o hábito de comprar comida delivery pela internet
tem um alto índice de satisfação: cerca de 96%. De acordo com o estudo, 23% dos
consumidores virtuais já fizeram pedidos de comida pela internet e, entre
esses, 6% relataram problemas e 23% fizeram pelo menos uma compra no último
ano.
Esse número aumenta ainda mais entre classes A e B, onde 31%
compraram ao menos uma vez, e entre os mais escolarizados, com 33%. De acordo
com o SPC Brasil, quase metade das compras (44%) é feita em sites nacionais e
os sites de compra coletiva tiveram uma participação expressiva (36%).
Quando analisado o valor gasto na última compra feita, a
média é de R$ 73,00, aumentando para R$ 93,00 entre os entrevistados com 35 a
49 anos, e R$ 108,00 entre os consumidores virtuais com segundo grau completo.
Um levantamento sobre os hábitos de consumo via delivery
mostrou que mais da metade dos usuários deste tipo de serviço, cerca de 56%,
fazem pedidos semanais. Destes, 14% realizam pedidos mais de duas vezes por
semana; 18%, duas vezes; e os outros 24% realizam um pedido semanalmente. Os
dados obtidos pelo Broadcast fazem parte de uma pesquisa conduzida pela
plataforma de delivery iFood juntamente com o Ibope. Através da plataforma
Conectaí, foram entrevistadas 1.800 pessoas de diversas cidades.
Ainda segundo o levantamento, os principais horários dos
pedidos são o jantar no final de semana (67%), jantares durante a semana (46%)
e o almoço aos sábados e domingos (20%). A análise também revelou que os homens
são os que mais solicitam (54%) e que a classe B é a que mais consome comida
via delivery (69%), seguida da C (17%) e da classe A (14%). A região Sudeste é
a que mais pede (49%), seguida por Nordeste (22%), Centro Oeste/Norte (15%) e
Sul (14%).
E, ao contrário do que parece ser o senso comum, o
levantamento indicou que aqueles que moram sozinhos não são os que mais
consomem via delivery. Esse perfil se encaixa em somente 8% dos consumidores,
ficando na quarta posição, atrás daqueles que possuem a companhia de cônjuge e
filhos (41%), dos que moram com amigos ou outros parentes (29%) e aqueles que
moram somente com algum companheiro (18%).
O estudo apontou ainda um crescimento do uso da tecnologia
no momento das solicitações. Atualmente, aplicativos para smartphones e a
internet já representam 38% dos pedidos, enquanto o telefone, meio mais antigo
e tradicional, representa 62%. Dentre os que realizam por meios digitais, os
principais motivos para utilizar são: a facilidade de fazer o pedido (64%),
acesso ágil ao cardápio (55%) e não precisar falar com o atendente (51%).
Um dos grandes desafios é se destacar no mundo de ofertas de
varejo delivery. O empresário que quer chegar até seu público vai precisar de
ferramentas de comunicação efetivas, e isso inclui um conjunto de ações que
pode envolver desde as mídias impressas e tradicionais até as ferramentas web
de posicionamento para sites, além da inclusão da empresa em aplicativos
específicos para o segmento.
Mesmo sendo uma excelente opção para conquistar o
consumidor, que muitas vezes escolhe o delivery como uma forma fácil para fazer
uma refeição, o empreendedor deve oferecer um serviço de qualidade, com base na
agilidade e bom atendimento. Caso contrário, pode ver seu modelo de entregas em
domicílio fracassar.
Dicas do SEBRAE
Com o objetivo de ajudar o empreendedor a atravessar esta
fase, o Sebrae mapeou oito desafios para manter e melhorar o negócio de
alimentação fora do lar em 2016.
Entrega sem atrasos
O Delivery deve ser eficiente, para que a comida não chegue
fria ao cliente. Além de quentes, os alimentos devem ter boa aparência. No
transporte, a comida pode se misturar, por isso é necessário fazer testes de
embalagens. Use recipientes (que podem ser de plástico, isopor ou mesmo
alumínio) resistentes e os coloque dentro de outra embalagem, feita de papelão.
Esses cuidados devem minimizar impactos que porventura ocorram durante o
transporte.
Entregadores eficientes
Essa etapa influi diretamente na satisfação do cliente.
Estabeleça um tempo para fazer a entrega. O empresário pode terceirizar o
serviço, ou pode contratar sua própria equipe de entrega. Porém, é só com a
experiência que o empreendedor pode identificar o modelo que melhor o atende.
Cadastro de clientes
O cadastro é um mecanismo fundamental para agilizar o
atendimento. No primeiro contato do cliente, o atendente deve registrar no
computador dados como nome, endereço e telefone de contato. Com esse cadastro,
será possível identificá-lo rapidamente na próxima compra.
Taxa de entrega
É melhor definir a região a ser atendida do que atender toda
a cidade e cobrar uma alta taxa para entrega. Para um pequeno negócio, o ideal
é começar atendendo bairros próximos e de fácil acesso. O cliente precisa saber
que a entrega é um serviço que não faz parte do preço da refeição e, por isso,
é fundamental que o atendente informe o valor da taxa no momento do pedido.
Riscos: Apesar de o mercado de entrega em domicílio ser uma
tendência pelas facilidades que oferece ao consumidor, todo negócio tem seu
risco. Nesse caso, é importante ficar atento à confusão patrimonial, porque é
comum o empreendedor confundir o patrimônio pessoal com o do negócio; Segurança alimentar: Com o crescimento do negócio, os
empreendedores deverão ser submetidos às exigências legais em relação à
segurança alimentar da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Para se
adequar ao padrão estabelecido, existem cursos; Atribuições: Como esses negócios são iniciados, geralmente,
de maneira informal, é muito comum contar com funcionários e ajudantes que não
têm suas atribuições bem definidas. Para evitar problemas futuros e planejar
bem o negócio, é importante atribuir a função de cada pessoa;
Planejamento: É importante fazer o plano de negócio,
necessário para estabelecer o passo a passo e as metas que devem ser
alcançadas.
Fonte:Henrique Arnholdt