Ambrósios
Grill, Villa Roberti, Xico Nunes Savassi e Cantinho da Roça. Nomes de
tradicionais restaurantes de Belo Horizonte que, em comum, além da localização
na região Centro-Sul de Belo Horizonte, encerraram as atividades nos últimos
meses. A crise e a concorrência dos 'foods trucks' são apontados como fatores
para o fechamento dos estabelecimentos.
Na
capital mineira, conforme levantamento da Associação Brasileira de Bares e
Restaurantes (Abrasel), há em funcionamento aproximadamente 18.600 bares,
restaurantes, lanchonetes e casas noturnas autorizadas a comercializar
alimentos. Por ano, dezenas deles fecham as portas e outros tantos abrem. A
rotatividade é considerada comum pela associação, já que a grande maioria não
resiste e encerra as atividades em menos de dois anos.
"O
que nos deixa intrigados e preocupados são restaurantes já com 10, 12 anos de
atividade, que são modelos de gestão, encerrando as atividades", lamentou
Lucas Pêgo, diretor executivo da Abrasel. Ele avalia que os altos custos do
setor, a diminuição do poder de consumo do brasileiro e os food trucks podem
ter contribuído para o fechamentos destes tradicionais restaurantes.
Desleal
"Temos
mais pessoas desempregadas e, com a diminuição do poder de consumo, as pessoas
buscam algo mais barato. O maior indicador disso é o retorno dos camelôs no
Centro de BH, por exemplo. No nosso caso, enfrentamos os camelôs de comida",
alfineta, referindo-se aos foods trucks.
Pêgo
observa que os custos dos restaurantes são altos devido aos encargos, folha de
pagamento e compra de material, além disso, há também um número elevado de leis
a serem cumpridas. Para ele, a mesma exigência não é cobrada dos comerciantes
sobre rodas. "No estabelecimento credenciado, uma pessoa recebe o
dinheiro, outra prepara a comida e outra faz a entrega do alimento. Se a
vigilância sanitária flagrar alguma irregularidade, multa. A fiscalização do trabalho,
porém, chega muito pouco nestes estabelecimentos informais", lamentou.
Fonte:
Hoje em Dia